Edifícios de Energia quase nula… O que isso tem a ver com Passivhaus?
Os EECN são construções com um nível de eficiência energética muito alto, além da pouca energia que consomem deve proceder de fontes renováveis. Este pouco consumo energético faz que se reduzam as emissões de CO2 à atmosfera (o objetivo das normativas europeias) e que, a longo prazo, o dono dessa residência ou edifício quase não tenha consumo nas suas faturas de luz.
Para conseguir que um edifício seja EECN têm-se em conta aspetos como a orientação (para aproveitar ao máximo as condições climáticas do lugar), a envolvente (conseguindo altos níveis de isolamento), ou o sistema de ventilação. E se o Passivhaus também reduz o consumo energético… é o mesmo que um EECN? Não, e explicamos-lhe o porquê.
É certo que tanto os EECN como o Passivhaus reduzem o consumo energético de uma residência. A diferença é que os EECN são um tipo de construção, um conceito muito mais global, enquanto que o Passivhaus é um padrão que faz que o edifício no qual se aplica acabe sendo de energia quase nula. Ou seja, como o Passivhaus reduz o consumo energético de uma residência até 90%, faz que esta residência seja de energia quase nula. O Passivhaus seria um dos caminhos para conseguir um EECN, mas podemos usar outras vias.
Edifícios de energia zero e de energia positiva, são melhores?
São distintos. Obviamente quanto maior for a economia energética de uma residência melhor, mas por agora, o objetivo europeu situa-nos nos EECN. O que acontece então com os edifícios de energia zero e de energia positiva? Primeiro é importante saber em quê consistem em cada um deles.
Os EEC (edifícios de energia zero) são aqueles que conseguem satisfazer a sua procura energética com a própria energia que eles geram, mediante fontes renováveis. Vão um passo mais além que os EECN e o seu balanço energético da como resultado zero. Um exemplo deste tipo de construções é o Edifício Zero da KÖMMERLING, os nossos novos escritórios, resultado da I Edição do Concurso de Arquitetura Desafio KÖMMERLING. um dos requisitos do certame era que o projeto apresentado fosse de energia zero, antecipando-nos assim às normativas do futuro.
Seguindo esta linha, os edifícios de energia positiva ainda dão outro passo a mais, não só reduzem a procura energética a zero, senão que conseguem produzir energia a mais. Esta energia sobrante se “guarda” para quando o edifício procura maior energia ou para outro tipo de usos. um exemplo é Svart, um hotel norueguês do qual falámos, há algum tempo no blog.
Os EECN, os EEC e os de energia positiva são o claro exemplo de que o setor da construção sustentável não deixa de avançar, conseguindo cada vez uma menor procura energética. Que um edifício seja de energia quase nula é o mínimo que vão exigir as normativas, pelo que optar por construções de energia zero ou positiva é adiantar-se às normativas que ainda estão por chegar.
E então… Para onde oriento o meu projeto?
Escolher entre EECN, zero ou positiva não deve nos gerar muito debate, já que se chegámos a pensar isto o passo mais importante já o demos: reduzir a procura energética (e todos os benefícios meio ambientais, de conforto e económicos que isso comporta). Uma vez que tenhamos optado por desenvolver um projeto passivo (que não Passivhaus), as diferenças construtivas entre um edifício de energia quase nula, zero ou positivo são mínimas, já que a base é igual para os três:
- Adeus às pontes térmicas para evitar as perdas energéticas, prestando atenção à escolha do tipo de material isolante e à sua espessura.
- Considerar a orientação para aproveitar ao máximo os recursos naturais.
- Especial atenção na escolha dos fechamentos (porta e janelas). Em Passivhaus fala-se muito da envolvente transparente quando querem falar de janelas. Uma má escolha e/ou instalação podem provocar perdas de energia ou filtrações de ar indesejadas.
- Utilizar um sistema de ventilação mecânica controlada.